terça-feira, 14 de junho de 2011

Cidades alemãs conseguem transformar esgoto em eletricidade..

Edição do dia 13/06/2011

13/06/2011 21h26 - Atualizado em 13/06/2011 21h26

Cidades alemãs conseguem transformar esgoto em eletricidade

A população gasta menos, os rios ficam limpos e não há emissão de gases que provocam o efeito estufa. A Alemanha anunciou o fechamento de todas as usinas nucleares do país até 2022.

O ano de 2011 está chegando à metade e já entrou para a história por causa de um desastre. O tsunami que atingiu a usina nuclear japonesa de Fukushima espalhou no planeta a preocupação com a segurança desse tipo de instalação. A ponto de a Alemanha ter anunciado, na semana passada, o fechamento de todas as usinas nucleares do país até o ano de 2022.

A contagem regressiva dos alemães para encontrar alternativas energéticas já começou, mas eles têm algumas experiências bem-sucedidas nesse desafio. Como as que você vê na reportagem de Sônia Bridi e Paulo Zero.

Hamburgo é uma grande cidade e o segundo maior porto da Europa. Perto dos guindastes, uma construção lembra imensos ovos de páscoa. São tanques para tratar o esgoto residencial e industrial de 2 milhões de habitantes.

Os resíduos líquidos passam por processo de purificação e são devolvidos como água limpa para o rio.

Os sólidos, primeiro liberam gás metano, que é distribuído como gás de cozinha à população. Depois são secados e incinerados. O calor toca uma usina termoelétrica, que produz energia suficiente para toda a rede de coleta e tratamento de água e esgoto de Hamburgo.

“O nosso preço é menos da metade da média da Europa por litro de água tratada”, conta o engenheiro responsável pela usina.

A população gasta menos, os rios ficam limpos e não há emissão de gases que provocam o efeito estufa. Um projeto em que todo mundo ganha.

Como na pequena vila de Ivenack, na parte mais pobre da Alemanha. Em Ivenack faltava energia e sobrava esterco de gado, criado confinado em galpões. O prefeito então pensou em resolver os dois problemas de uma vez: com um biodigestor, alimentado com palha de milho e com o esterco, que vem de caminhão das fazendas. Tudo vira gás metano, queimado para esquentar a água que aquece as casas no rigoroso inverno do norte.

O calor sai a 95ºC. A água quente passa por todas as casas para fazer o aquecimento e volta, em um circuito fechado, então chega de volta a 70°C. O que significa que é preciso menos energia para manter nesta temperatura sempre.

Na reforma da sede da fazenda coletiva dos tempos comunistas, o prefeito encheu os telhados de painéis que mesmo por lá, onde o sol é raro, transformam seu calor em energia elétrica.

Toda a energia produzida nesses painéis é jogada na rede de distribuição, que já chega a todas as casas da vila. No fim do mês, o que a prefeitura e a empresa de energia têm que fazer é sentar para fazer o acerto de contas. E a prefeitura só paga a diferença entre o que produziu e o que a vila gastou.

O prefeito se orgulha do que fez: “Esse tipo de energia sustentando uma comunidade pode ser um bom negócio para o Brasil”, diz ele, que convida: “Quem estiver interessado pode vir que mostramos o que fizemos aqui. Estamos de braços abertos!”.

http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/06/cidades-alemas-conseguem-transformar-esgoto-em-eletricidade.html



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